terça-feira, 6 de maio de 2008

O Anjo de Pedra


Tinha os olhos abertos mas não via.
O corpo todo era a saudade
de alguém que o modelara e não sabia
que o tocara de maio e claridade.

Parava o seu gesto onde pára tudo:
no limiar das coisas por saber
- e ficara surdo e cego e mudo
para que tudo fosse grave no seu ser.

Eugénio de Andrade in «As Mãos e os Frutos»
(MCA-3rd_rgiffard_5_Fallen%20Angel)

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